Rio -  A população vai participar da escolha dos carros que a Polícia Militar usará no estado, e novos helicópteros com envio de dados por sistema de radiotransmissor monitorarão áreas mais perigosas. As medidas fazem parte do plano da corporação, que prevê investimento de R$ 1 bilhão em 36 projetos, nos próximos três anos, e que inclui o reforço no policiamento da Baixada Fluminense.
A PM já deu o pontapé com a criação de logomarca para as viaturas e mudanças nos uniformes, que devem estrear até a Copa das Confederações, ano que vem. Também serão criados quartéis e os batalhões terão computadores em rede.
Picape azul-marinho que pode ser usada pela PM | Foto: Divulgação
Picape azul-marinho que pode ser usada pela PM | Foto: Divulgação
A renovação da frota é para disponibilizar carros que tenham um custo menor de manutenção, sejam mais resistentes ao patrulhamento e que ofereçam melhores condições de trabalho. Os modelos escolhidos pela PM para substituir os atuais Logan poderão ser o Corolla ou o SW-4.
Os dois protótipos de viaturas serão expostos à população, que vai opinar sobre a aparência dos carros, nas versões branca ou azul-marinho. Eles serão exibidos em 10 pontos do Rio até o fim do mês, onde também serão instalados totens para o público participar da votação eletrônica. A frota da corporação conta com seis mil veículos. Segundo o coordenador de comunicação da PM, coronel Frederico Caldas, a votação vai facilitar a aceitação da polícia por parte da população.
As viaturas terão câmeras que, segundo o comandante-geral da PM, coronel Erir Ribeiro, estão em processo de aquisição pela Secretaria de Segurança Pública. Ele anunciou as novidades ontem, em evento onde fez balanço de seu primeiro ano de gestão.
Os novos uniformes estão previstos para o ano que vem. A tropa operacional vai ganhar farda azul-marinho, com material mais resistente. O Bope vai ter a opção de usar farda camuflada à consagrada roupa preta. O Batalhão de Choque usará outra estampa camuflada.
MAIS 12 HELICÓPTEROS ESQUILO COM ‘VISÃO NOTURNA’
O maior investimento, no entanto, vira dos céus. Batizado de radiopatrulhamento aéreo, o projeto prevê a compra de mais 12 helicópteros modelo Esquilo — mais modernos que os atuais — para fazer o monitoramento dos pontos do estado onde a incidência de crimes aumentou.

Equipadas com câmeras de última geração, capazes de capturar imagens noturnas, pelo calor dos corpos e aproximar o suficiente para identificar pessoas, as aeronaves vão permitir mais eficiência no combate ao crime e até mesmo a prevenção dos delitos.

Corolla branco | Foto: Divulgação
Corolla branco | Foto: Divulgação
As imagens serão transmitidas em tempo real ao Centro de Comando e Controle da PM, que acionará as viaturas e batalhões mais próximos ao local do incidente. As aeronaves poderão enviar os dados d a ocorrência através de radiotransmissor.
A distância com que os helicópteros sobrevoam os locais permitirá mais segurança aos policiais. Outra novidade que entrará no ar até dezembro, será o BRAT eletrônico. O cidadão poderá registrar acidentes sem vítimas pela página da PM na Internet.
Episódio da mochila, mau exemplo citado
O anúncio das novidades na corporação foi feito junto com um balanço de um ano da atual gestão. O comandante Erir Ribeiro frisou que um dos focos do trabalho tem sido o combate aos desvios de conduta da tropa pela Corregedoria. No último ano, foram excluídos 308 policiais, sendo 252 apenas nos últimos nove meses. Outras medidas foram tomadas, como a criação do Núcleo de Inteligência da Corregedoria — para investigar e atuar na prevenção —, e da delegacia Judiciária Militar para atuar somente nas UPPs.
“Reavaliamos cada caso para ver onde estavam os erros. Nunca vamos esconder nossos erros, é com eles que aprendemos e temos a obrigação de mudar. O episódio da mochila com dinheiro (que teria sido levada por PM após roubo de um restaurante), me abateu muito. Estamos mostrando aos policiais que não vale a pena errar, mas aquele que não aceitar a orientação e cair no erro, vamos tirar”, afirmou.
Complexo terá cinco batalhões e patrulhamento será maior na Maré
O maior projeto da PM, o Comando de Operações Especiais (COE), já tem prazo para ser inaugurado: dezembro de 2013. O complexo de instrução e operações — que será erguido em Ramos — vai abrigar cinco batalhões, além de um anexo com o novo hospital da PM, e também poderá ser o início da ocupação da polícia em um dos principais redutos do tráfico atualmente, o Complexo da Maré. Foi em uma das favelas do conjunto que o DJ Chorão foi morto pelo ‘tribunal’ do tráfico, semana passada.
No entanto, segundo a PM, a inauguração do COE não significa a imediata pacificação da Maré, que poderá ganhar uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Outra região que será contemplada com mais policiamento é a Baixada Fluminense. Foi anunciado ontem que os batalhões da área receberão mais PMs recém-formados que não foram para as UPPs. O número de policiais ainda não foi divulgado.
Outra novidade é que o Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur) vai ganhar sede própria. A unidade deixará o espaço que ocupa há anos dentro do 19º BPM (Copacabana) e vai se mudar para Santa Teresa, onde funcionava o antigo Hospital 4º Centenário.